segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Esperança partiu, mas a vida ficou






De repente, ela calçou os sapatos - que eram sempre jogados num canto qualquer - e pegou a mala sem alça, pesada, que ela nunca fazia questão de usar.

O riso foi calando, fechando-se no rosto de esperança. Ela não chorava, não gemia, não tinha emoção alguma...nem riso, nem choro.

Esperança partiu sem olhar para trás. Com a mala sem alça e os sapatos, que ela só usava para viagens longas... ela partiu.

E o balanço continuou a balançar, e o sol continuou a brilhar...e a brisa continuou seu papel. E embora, nada estivesse como antes, tudo continuava no mesmo ritmo porque a Vida, a vida continuava saltitante para quem - diferente da esperança - não partiu, ficou.

Anna Jailma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário