O amor não tem uma regra única
para ser vivida. Mas a vivência do amor
parte do princípio de que “quem ama,
quer ver o outro feliz”. A felicidade de quem ama, anda de mãos dadas
com o desejo de ver a pessoa amada feliz, e isso inclui a necessidade de
conhecer o outro, respeitando – o com
suas limitações, qualidades e também defeitos.
Amar também é renúncia. Nem
sempre se recebe o amor da mesma forma, da mesma medida, com os mesmos gestos e palavras que se dar. A
forma de amar e transmitir este amor, depende da personalidade de cada um.
Não se ama transmitindo dor, brigas,
violência, traições. Mas amor
também não é somente afagos, aceitação,
abraços e beijos. A flor do amor, tem seus espinhos, mas devem ser
ultrapassados com respeito. Amor é sobretudo respeito, e isso inclui respeito pela individualidade
do outro, pela forma que o outro escolhe viver e tomar suas decisões.
Na vida estamos sempre tentando “moldar”
o outro, acreditando na nossa “ingenuidade
humana”, que sabemos o que é “melhor para o outro”. Mas as pessoas crescem, dentro de sua redoma de defeitos,
qualidades, frustrações, vitórias, sonhos,
realizações ... É este o “barro” que vai modelando cada um.
A insistência em modelar o
outro, em transformar conforme nossa
necessidade, resulta em frustração. O livre arbítrio de cada um foi dado por
Deus. Ninguém pode negar isso.
“Tudo me é permitido, mas nem
tudo me convém. Tudo me é permitido mas eu não deixarei que nada me domine” ( I
Coríntios Capítulo 6, Versículo 12). Cabe a cada um, o dever de fazer as
escolhas corretas.
Quando um ser humano age conforme
uma pessoa de personalidade forte, não foi o outro que agiu sobre ele. Ele foi
modelado pela sua fraqueza, que o fez decidir conforme a opinião do mais forte.
E assim, cada um tem uma forma de
enxergar a vida diferente do outro, cada um tem uma forma de opinar, de sentir
e viver diferente, fazendo as próprias
escolhas e arcando com suas consequências. Cada um tem seu “eu” e, a partir
disso, cada um deve saber o que é melhor
para si mesmo e andar conforme seus objetivos, fazendo as escolhas que julga
necessárias para alcançar este objetivo sonhado.
Quando se ama por amar, se ama
melhor. Quando se ama medindo, comparando o que se dar e o que se recebe,
sofremos mais. Quando amamos, dando ao outro a liberdade de retribuir, as
reações fluem naturalmente, porque amor colhe amor. Quando amamos cobrando
exatamente o que se quer em troca, colhemos revolta, indignação.
A raiz do amor é o
autoconhecimento. Não se ama o que não conhece. E quando se conhece, respeita-se
o outro e ama o outro, no seu “pacote” de qualidades e defeitos. Se determinado
defeito, para você é insuportável, é hora de avaliar sua capacidade de conviver
com isso e avaliar sua tomada de decisões em função disso. Assim, todos vivem
melhor.
Amor é, sobretudo, harmonia. Se o
amor não colhe harmonia, ele está entrelaçado com sentimentos negativos como a
possessividade, a falta de respeito e o egoísmo. .. então é hora de cada um,
olhar-se no espelho e descobrir em que precisa melhorar.
Por fim, o amor é uma relação em
conjunto. Quando problemas surgem, ambas as partes devem fazer a avaliação de
si próprio. Um achar que está perfeito e só o outro deve mudar, não leva a uma
construção positiva do amor.
(Tia Geny - aos 88 anos me ligou do Piauí e pediu que eu escrevesse sobre o amor)
Anna Jailma