Esta é uma das músicas mais belas que já ouvi. Tem uma melodia mágica, que toca na alma e a letra atinge cada um de nós, que de alguma forma, em algum lugar, já viveu um "lamento de Israel".
A primeira vez que ouvi esta música, foi em Campina Grande, PB, na época que eu cursava Jornalismo, pouco depois da partida de meu pai.
Anna Jailma.
"VENETAS mistura poesia e músicas, idéias e sentimentos, caprichos, manhas e manias, sabedoria e loucura, inquietude e plenitude, força da terra e calor do sol. Venetas traduz meu olhar e meu coração, que observam o mundo, a vida, a existência e a essência; dentro e fora de mim. Todo mundo tem venetas e aqui estão as minhas..." Anna Jailma.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Espelho meu, quem sou eu?
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Sou muito mais terra firme, árida do sertão, do que o alto-mar, num cruzeiro de navio.
Sou muito mais a segurança do balanço na rede, que a viagem de avião nas alturas.
Sou barco de velas içadas e tenho aversão a loucas marés.
Gosto dos pés no chão, de enxergar montanhas contemplando da terra, de mergulhar em águas calmas, de perder o folêgo com beijo e não com medo.
Aventuras, prefiro as literárias. Gargalhadas, as de alegria e não de sarcasmo.
O mar, em calmaria. O sol, brando.
Sou mais brisa que ventania. Sou mais peixe que carne.
E antes que você pense que sou um anjo de candura, vou logo avisando que posso ser borboleta ou onça, dependendo de como sou observada.
Meu signo é leão, tenho lua em Peixes, mas meu ascendente é capricórnio.
Eis o enigma da esfinge.
Anna Jailma
Sem venetas...
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Ando sem venetas, deixando o tempo correr, com ocupações tomando conta, sufocando as emoções... Nós seres humanos temos esta tendência a se apegar as obrigações diárias.
E Jorge Luís Borges ainda vem me dizer que se pudesse viver novamente andaria descalço na primavera...
Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico.
Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da sua vida; claro que tive momentos de alegria...
Mas, se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos. Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não percas o agora.
Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um para-quedas; se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono...Daria mais voltas na minha rua.
Contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.
[Jorge Luiz Borges - argentino]
Anna Jailma
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