Aqui no sertão é assim: quando a chuva
vem e o rio enche, o povo se reúne para contemplar, para se
"embelezar". Água correndo, misturando-se ao mato, coberta com
espuma, nos significa bênção de Deus; é a resposta de Deus a tantas orações,
tantos pedidos, tantas promessas.
Sentimos uma alegria enorme com pingos da
chuva na face, com o cheiro de chuva. Quando vemos o céu mais azul, olhamos e
comentamos entre vizinhos que a chuva vem, que 'graças a Deus, a chuva
vem".
Nós sentimos a chuva com uma alegria
inexplicável e talvez exagerada para quem tem chuva todo dia. É uma alegria que
brota da alma da gente, tem gosto de infância, são imagens que nos remetem a
outras lembranças, aos nossos que se foram, a tantas outras histórias. A chuva
para nosso povo é algo que não se explica. A gente sente, sente, sente com
alegria!
Obrigada, meu Deus por este presente! Eu sei que se
no céu tiver janela, meu pai João Ursulino, minha tia Nilce e meu avô Zé Romão,
estão debruçados olhando pra cá. Lindo assim, doce assim, simples assim.
Anna Jailma
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